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sábado, 8 de dezembro de 2012

Opus 23: Unir Rock com música barroca, renascentista é algo bastante utilizado por inúmeras bandas


A banda Opus 23 mescla com bastante excelência o rock com música barroca, renascentista e com boa pitadas de música celta, tornando o som algo único e muito especial, entrevistei a Carolina e o Negrin ambos fundadores do Opus 23, eles contam um pouco da trajetória, rankings em várias rádios/redes sociais, sobre o evento Thor Hammer Fest e muito mais, confiram.

Gods Of Metal: Nas músicas da banda percebe-se uma raiz da música celta juntamente com música clássica, barroco e rock clássico. Qual foi a motivação em mesclar esses estilos? E se o estilo que tocam hoje já tinha sido definido no começo ou foi se consolidando ao longo do tempo?


Negrin: Na verdade a maior motivação foi trazer a tona estilos que gostamos de ouvir. Unir Rock com música barroca, renascentista é algo bastante utilizado por inúmeras bandas. Nossa meta foi tentar aproveitar o conhecimento de formas específicas como Sonatas, Concertos, danças experimentados em meus outros trabalhos em estilo barroco e tentar inserir dentro de uma canção tradicional de rock. Trazíamos em comum uma forte influência de bandas como Deep Purple, Rainbow, Uriah Heep e Carolina um grande interesse na música e cultura celta. A proposta sempre foi simplesmente fundir estilos, todos os que gostamos de ouvir. O desafio era fazer isso de uma forma diferenciada e coesa. Buscamos isso no primeiro álbum e estamos tentando aperfeiçoar no segundo, reforçando principalmente as influências celtas e barrocas.

GOM: Qual foi a maior dificuldade desde 2010 até atualmente de se manterem na cena nacional? 


Negrin: Eu acho que é a mesma de todas as bandas autorais. Os bares e até grande parte do público nacional que sai a noite, quer apenas ouvir aquilo que já conhecem. Deste modo existe um grande interesse e mercado em cima de bandas covers. As autorais acabam dependendo de iniciativas mais isoladas. Rádios, mídias em geral também são extremamente fechadas e mercenárias. A Região onde moramos também é outra dificuldade, aqui há muito ostracismo e interesse no pop e pop rock. Existe pouco interesse cultural até mesmo nos órgãos sustentados pelo governo. Por fim, sem generalizar, acho que os próprios músicos também são bastante desunidos.




GOM: Muitas pessoas ainda tem certo preconceito quando o estilo da banda é mais levado para o Folk Metal ou para música Celta. Como fazer para que não exista esse preconceito ou diminuir? 


Carolina: Eu englobaria aí também a música erudita de forma geral. Eu acho que musicalmente o nosso projeto acaba servindo também para isso. Tocamos em bares de moto clube onde as pessoas se interessam por essa música que aparentemente tem uma estrutura, um ritmo de Rock’n’Roll clássico que muitos já conhecem e gostam, mas com formas e elementos do barroco, celta, inseridos nela. Acho que as pessoas sempre simpatizam, associam a alguma visão talvez vinda de um filme, ou alguma outra referência. Acabam ouvindo algo do erudito, folk, indiretamente. Coisa que talvez nunca fariam de forma direta. Precisaria de mais oportunidades, divulgação de trabalhos nestes segmentos para bater esse preconceito.

GOM: Como que foi a concepção do CD “Praise to Insanity”?

Negrin: O Opus 23 nasceu no começo de 2010 trabalhando inicialmente com covers. Em meados de 2010 paramos com shows e juntamos várias composições que tínhamos de anos. De umas 20 músicas, ficaram umas três. Em princípio tínhamos a vontade de lançar um CD de Rock Clássico, mas as influências principalmente do erudito estavam presentes em vários trechos, de uma forma espontânea. Assim sendo, eu e Carolina procuramos compor as demais músicas dentro deste conceito. A parte das letras Carolina investiu em temas humanos, de conflito de consciência, da essência do cotidiano. Existiu também um grande desejo de ter conseguido investir mais no estilo Celta, o que deixaríamos para o próximo álbum.



GOM: E a aceitação do público em relação ao CD foi o que vocês esperavam? Comentem um pouco sobre aceitação do público.


Carolina: Felizmente a aceitação do público foi muito legal. Muitas vezes causando surpresa, acho que o legal é que tanto no Brasil como fora, as pessoas souberam identificar a sinceridade embutida em nossa música, as influências e o resultado diferente. Uma música que não foi feita para um público X ou Y, mas uma música que foi feita com gosto e sinceridade.

GOM: Com o CD “Praise to Insanity” o Opus 23 vem conquistando bastante lugares tanto dentro do Brasil como fora com concursos e rankings como: em 2011 entre as 5 primeiras bandas de Rock do concurso Europeu JAMENDO AWARDS do portal jamendo.com; em 2012 ficou em 4º no Ranking dos mais baixados do MusicBaazar da Grécia; em 2012 nos 20 mais ouvidos do Music CopyLeft da Espanha entre outros. Como que descrevem essas conquistas?


Carolina: Bastante inesperadas. Fizemos um CD com a consciência que geralmente um primeiro álbum de banda sempre vai ter muito a evoluir. Lançamos no palcomp3 em 2010 e mandamos para duas rádios, uma da Argentina e outra da Nova Zelândia. Elas acabaram divulgando o nosso trabalho até hoje. Em 2011 lançamos no Jamendo e de lá para cá o álbum se espalhou em inúmeras rádios, portais dos EUA, Canadá, Polônia, Itália, Inglaterra, havendo uma espécie de reação em cadeia, sem termos o menor controle sobre isso. Notamos um grande movimento e interesse em torno da música livre, independente. Ao contrário dos setores mais dominantes daqui, nestes países pudemos notar, talvez, mentes abertas e isentas.

GOM: Podem revelar se no de 2013 está para vim um novo CD? Se sim, comentem um pouco mais sobre o novo trabalho? 


Carolina: Sim, vai ser uma espécie de evolução ao “Praise to Insanity”. Nosso primeiro álbum tocou desde rádios de Rock anos 50 e 60, talvez pelo seu conteúdo nostálgico do classic rock, até na Celtic Radio de Boston. Neste segundo vai haver uma maior acentuação do barroco e celta, isto a partir das próprias composições que estarão sendo desenvolvidas em grande parte não mais a partir de riffs de guitarra, mas de temas melódicos da guitarra e do Cravo. O Cravo passa a fazer parte da estrutura de todas as faixas neste novo álbum. Sendo assim, eu acabei trocando de instrumento, passando do violão para o Cravo e seguindo com os Vocais. Ainda sobre o Cravo é importante dizer que ele irá além de solar e harmonizar com a guitarra os temas melódicos, também desempenhará um papel semelhante ao barroco, chamado de “Baixo Contínuo”, isto é, um improviso harmônico trabalhado em cima das notas graves da harmonia.

Em nossos canais já existe uma faixa lançada chamada “Ride on Through the Night” e tocamos no Thor HammerFest VI três faixas que estarão no novo álbum em primeira mão.




GOM: No dia 02/12/2012 a banda participou do festival Thor Hammer Fest que vem se tornando um marco nacional para os estilos Folk/Pagan/Celtic Metal, como que surgiu o convite de tocar no evento? E qual é a opinião da banda em relação ao festival? 


Negrin: Na verdade descobrimos o festival pela internet e despertou nosso interesse, visando principalmente essa projeção para o segundo álbum, onde estaríamos mais bem enquadrados dentro da linha do festival. Sendo assim entrei em contato com o organizador do evento, o qual se interessou por essa influência do barroco e tal. Tivemos algumas conversas, fui mostrando alguns materiais que já tinha em mãos do segundo álbum e fechamos a data.

O festival é algo sensacional. É autentico, é compromissado com o interesse cultural.

GOM: Qual a importância de um festival do porte do Thor Hammer Fest? 


Carolina: Tem decisiva importância pelo seu pioneirismo, pela sua isenção. O festival consegue trazer para o público, bandas referenciais de fora do Brasil e ainda dar oportunidade para as bandas e para o próprio público de conhecer aquilo que este país cria, desenvolve e constrói dentro desse segmento e suas ramificações.

GOM: Aproveitando o assunto de show, como que está a agenda do Opus 23?


Carolina: No momento, até fevereiro ou Março, vamos estar bastante centrados na gravação de nosso novo álbum. Para o ano que vem estamos pra desenvolver projetos baseados na Lei Rouanet, provavelmente em SP em parceria com nosso produtor Leandro Amorim. Outras datas em confirmação estão por vir também em São Paulo e Curitiba.

GOM: Gostaria de agradecer pela entrevista, e o som da banda é algo bastante diferente e com uma personalidade única do que eu já escutei dentre do estilo. Deixo o espaço reservado para alguma mensagem que queriam passar aos leitores do blog.


Opus 23: Agradecemos as iniciativas como a deste blog, que ajudam a manter a cena do Rock e Metal autoral viva! Agradecemos a todos que nos apóiam e que acreditam em nosso trabalho. Não temos a pretensão de que todos gostem do que fazemos. Tentamos fazer uma arte, que de alguma forma, seja emocionante e expressiva. Muito obrigado.

Seguem abaixo alguns links para download gratuito e informações da banda:

www.myspace.com/opus_23
www.facebook.com/opus23brazil
Músicas novas no: www.soundcloud.com/opus23

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